Diário de Bordo

Diário de bordo da série de reportagens "Saída para o Pacífico", sobre a Rodovia Intereoceânica, projeto ganhador da Bolsa Avina de Investigação Jornalística com o tema "Integração da América Latina".

Nossa proposta conconcorreu com outras 510 de jornalistas da América Latina, Estados Unidos e Europa. Ficamos entre os 50 selecionados. A série de reportagem começou a ser produzida em outubro de 2008, depois que foram divulgados os nomes dos vencedores, entre eles a equipe da TV Rondônia. Abaixo o link com a relação dos selecionados:

http://www.avina.net/web/siteavina.nsf/0/920EB4A511D3562E8225750500617F88?opendocument&idioma=spa

Em janeiro, a equipe viajou pela Rodovia Interoceânica de Porto Velho até o pacífico, no porto de Matarani, no Peru. Foram quase cinco mil quilômetros percorridos em 21 dias. Nossa proposta é mostrar em seis reportagens:

- Estrutura física
- Viabilidade econômica
- Aspectos Turísticos
- Impactos ambientais
- Impactos sociais
- Aspectos Culturais

Durante a produção visitamos as cidades de Puerto Maldonado, Cusco, Juliaca, Puno, Arequipa e o porto de Matarani. Um pouco de toda essa aventura está nesse diário de bordo.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

No ar

Foram 21 dias de viagem e mais cinco meses de decupagem e edição do material, que será exibido a partir desta segunda-feira, 22, nos telejornais da Rede Amazônica, afiliada da Globo. O projeto é resultado da bolsa Avina de Investigação jornalística, instituição do Panamá, que promove a Integração da América Latina.


Desde o anúncio do ganhadores da bolsa, a equipe se dedicou à produção do projeto que previa percorrer o trajeto de Porto Velho, passando pela Rodovia Interoceânica, até os portos de Ilo e Matarani no Pacífico. Em 9 de janeiro saíram de Porto Velho, além das jornalistas, o repórter cinematográfico e também editor Laelho Loyola, o empresário Celso Urdiales e a produtora Gabriela Gonçalves. O Retorno foi 31 de janeiro, com quase 30 horas de material coletado durante a expedição jornalística.
Resultado pode se conferido agora na grade de programação da rede, conforme distribuído abaixo.

7h30 - Bom dia Amazônia: 3 matérias sobre o impacto social e 2 sobre impacto ambiental da Rodovia Interoceânica

13h - Amazônia TV: 3 matérias sobre os aspectos turísticos e 3 sobre a integração cultural

19h -Praça 1 (JR/ JAC): 4 matérias sobre a Infraestrura da obra e 2 sobre a viabilidade econômica.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

MOBILIDADE


Percorremos mais de 2.500 km de Porto Velho, em Rondônia, até chegar ao Pacífico, no Peru. Ao longo do caminho, muita gente acompanhou o andamento da viagem aqui pelo nosso Diário de Bordo. O avanço na tecnologia da informação foi fundamental nesse processo. Numa boa parte da Rodovia Interoceânica tivemos o suporte de um serviço de terceira geração da operadora VIVO.

Levamos um modem da VIVO ZAP 3G, que até a fronteira garantiu acesso à internet móvel com a cobertura da operadora. A mobilidade da internet via celular foi muito importante. De qualquer lugar, onde havia sinal, a ferramenta deixou a equipe informada sobre o que acontecia no mundo. Principalmente, porque tínhamos uma programação de 21 dias para fazer toda a viagem, e o tempo era precioso.

A simultaneidade era uma das propostas da equipe para a execução do projeto Saída para o Pacífico. À medida que avançamos pela Rodovia Interoceânica, não deixávamos de informar as características de cada local, experiências, encontros com pessoas formidáveis. Tudo isso foi registrado e postado pela internet, adiantando as informações que ainda vamos exibir pela TV na série de Reportagens, prevista para ser apresentava em março.. A rede também nos foi útil na veiculação dos flashes que enviamos pelo sistema FTP, programa de envio de imagens e áudio. Obrigada à Vivo pelo apoio.
MOBILITY
We covered more than 2,500 km from Porto Velho, in Rondônia, to the Pacific Ocean in Peru. All through the way many people followed the trip course here in our Target log book. Information technology development was decisive in this process. In a big part of the Interoceânica Highway we had the support of a third generation service provided by VIVO.
We took a 3G ZAP VIVO modem, which guaranteed access to the mobile Internet with the operator cover until the border Brazil-Bolivia . The cell phone Internet mobility was very important. From any place, where there was signal, the tool left the team informedon of what happened around the world. Mainly because we had a 21 day programming for the whole trip, so time was precious.
Simultaneity was one of the team proposals for the Way to the Pacific project execution. As we advanced along the InterOcean Highway, we did not fail to inform the features of each place, its experiences, and the formidable people we met. Everything was registered and posted on the Internet, advancing the information that will be shown on TV in a series of News articles, planned to be presented in March. The net also was useful in the propagation of the flashes that we send through FTP system, an audio and image sending program .
We thank VIVO for their support.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Volta

Acordamos muito cedo para traçar o nosso caminho de volta. O tramo quatro acaba na ponte Iñabari. Dali seguimos pelo tramo 3 novamente. Mas antes enfrentamos mais espera pelo caminho. Um caminhão estragado nos faz perder duas horas na pista estreita.
O almoço é em Mazurko, povoado já conhecido pela equipe. A próxima parada é Puerto Maldonado, o tempo de abastecer, tomar um sorvete com frutos locais e esperar a balsa no rio. É quase noite quando atravessamos e avançamos até Planchón (185 km da fronteira), mesmo local onde passamos nossa primeira noite em solo peruano. Coincidência ou não é também a última. Pela madruga partimos em direção ao Brasil, quase mil quilômetros pela frente até chegar no ponto de origem: Porto Velho.

Return
We wake up very early to trace our way back home. Tramo four finishes at the Iñabari bridge. From there we follow to Tramo 3 again. But before we face more waiting on the way. A truck ruined makes us lose two hours in the narrow track. Lunch is in Mazurko, an already known. The next stop is Puerto Maldonado, a time to supply, to take a local fruit ice cream and to wait for the raft ithrough the river. It is almost night when we cross and we advance to Planchón (185 km from the border), exact local where we spend our first Peruvian night in ground. Coincidence or not, it is also the last one. It is early morning and we leave towards Brazil, almost a thousand kilometersahead before we get to our original point: Porto Velho.

Volta


Acordamos muito cedo para traçar o nosso caminho de volta. O tramo quatro acaba na ponte Iñabari. Dali seguimos pelo tramo 3 novamente. Mas antes enfrentamos mais espera pelo caminho. Um caminhão estragado nos faz perder duas horas na pista estreita.
O almoço é em Mazurko, povoado já conhecido pela equipe. A próxima parada é Puerto Maldonado, o tempo de abastecer, tomar um sorvete com frutos locais e esperar a balsa no rio. É quase noite quando atravessamos e avançamos até Planchón (185 km da fronteira), mesmo local onde passamos nossa primeira noite em solo peruano. Coincidência ou não é também a última. Pela madruga partimos em direção ao Brasil, quase mil quilômetros pela frente até chegar no ponto de origem: Porto Velho.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Ainda Tramo 4

Nossa viagem pela Rodovia Intereoceânica continua pelo tramo 4, um dos trechos mais acidentados , com cortes em serras rochosas com altura equivalente a prédios de sessenta andares. É impressionante ver a cordilheira tão de perto. Picos nevados e desfiladeiros compõem a paisagem natural depois do altiplano. Em seguida a serra com floresta. O trabalho nesse ponto é titânico. Deslizamentos acontecem a cada chuva. Máquinas tentam remover um “derrumbre” que nos prende por volta das dez e meia da noite de quarta-feira. Temos que voltar para Ollachea, dormir num acampamento da Intersur, responsável pela construção desse trecho. Só no outro dia, depois das doze é que conseguimos seguir viagem. Mesmo assim enfrentamos outra situação no caminho. Mais deslizamentos e novamente espera. Felizmente a comida de emergência que até aqui achávamos exagero, nos salvou.
Minttse, nossa acompanhante da Intersur consegue um “transbordo”, ou seja, uma baldeação para que possamos adiantar o trabalho à frente. O Celso fica sozinho no carro esperando a liberação da estrada. É a primeira vez que a equipe se separa. Apenas por duas horas.
Conseguimos chegar a San Gaban, nosso destino desde que entramos no tramo 4. Atrasamos um dia, mas sem problemas para quem está disposto a registrar justamente o processo de construção da rodovia.
Nosso encontro com brasileiros que trabalham na obra dá a real dimensão de como a tarefa é difícil, principalmente para quem deixa a família no Brasil e segue para outro país, com costumes e cultura diferentes. Felizmente acabam ganhando experiência e experimentando a integração Brasil-Peru.

Still Tramo 4

Our trip through the Intereocean Highway continues along tramo 4, one of the sttepest stretches, with cuts rocky mountain ranges with a height wchich is equivalent to a sixty floor building. It is impressing to see the mountain range so close. Snowy peaks and ravines compose the natural landscape after the high plateau. After, the mountain range with forest. The work in this point is titanic. Landslides happen to each rain. Machines try to remove one “derrumbre” which blocks our return around ten thirty on Wednesday night. We have to come back toward Ollachea, to sleep in an Intersur campsite, the company responsible for this stretch construction. On the other day, only after twelve we got to follow the trip. Even then we face another situation in the way. More landslides and wait again. Happily the emergency food we thought to be exaggerated until then, saved us. Minttse, our companion of the Intersur obtains a “overflow”, that is, a swilling so that we were allowed to advance the work ahead. Celso stays alone in the car waiting the road to be released. It is the first time that the team separates. Only for two hours. We arrive to San Gaban, our destination since we entered Trama 4. We delayed one day, but that was not a problem for those who intend to register the highway building process. Our meeting with Brazilians who work there gives the real a dimension how difficult the task is, mainly for those who leave their family in Brazil and follow for another country, with different habits and culture. Happily they end up by acquiring experience and trying the Brazil-Peru integration.

sábado, 31 de janeiro de 2009

Pacaje

Subimos a montanha sagrada de Allicapac. O povoado de Pacaje, fica aos pés. Os homens vestidos com roupas típicas nos recebem dancando. Os músicos de ponchos vermelhos, os bailarinos com roupas claras e chapéus com adornos de penas e sapatos de pele de alpaca. Fazem uma espécie de ritual. O pago à terra, para agradecer a colheita de batatas. Com folhas de coca, consideradas sagradas no altiplano, eles homenageiam a mäe terra. O presidente da comunidade nos convida a subir próximo ao pico. E é perto do gelo, a 5200 metros de altitude que o ritual acontece. Uma fogueira de extrume de alpaca, muitas folhas de coca, bebidas e doces em formato de cruz, sao os ingreditentes do costume, mistura da heranca indígena com a influëncia da religiao dos espanhois.
O líder evoca a protecao aos convidados e a toda a comunidade. Pede que escolhamos doze folhas para afirmar o pago. Depois de jogar bebida em várias direcöes queima os ingredientes e fecha a cerimönia com mais danca. O frio de menos cinco graus e a altitude näo nos impedem de participar dessa festa täo espontanea.
Pensavamos que podíamos chegar a San Gaban, mas fomos surpreendidos pela programacäo desconcertante do povo de Pacaje. Privilégio de poucos. Saimos a noite do lugar, com a certeza de ter vivido uma experiëncia pouco comum até para peruanos.

Pacaje
We go up the sacred mountain of Allicapac. The town of Pacaje, is on the feet. Men dress typical clothes and welcome us dancing. The musicians in red ponchos, the dancers with clear clothes, hats with fetaher adornments and alpaca skin shoes. They make a kind of ritual. The pay to the land to thank the potato harvest. With leves of cocaine, considered sacred in the high plateau, they homage mother land. The community president invites them to go up next to the peak. It is close to ice,at 5200 meters of altitude that the ritual happens. A bonfire of alpaca sewage, many leves of cocaine, drinks and candies in cross format, these are ingreditentes of the custom, mixes of the aboriginal inheritance with the Spaniard religion influence. The leader evokes the protection to the guests and all the community. He asks us to choose twelve leaves to affirm the pay. After playing drunk in several directions he burns the ingredients and closes the ceremony with more dancing. The cold of five degrees under zero and the altitude do not keep us from taking part in this spontaneous party. We thought we could get to San Gaban, but we were surprised by the Pacaje people baffling programming. Privilege of few. We left the place at night, sure to have had lived a very unusual exeperience, even for Peruvians.

Tramo 4

É por esse trecho que escolhemos voltar para Rondônia. Saímos de Juliaca no dia 27, em direção a San Gaban, numa área que compreende o altiplano, a cordilheiro e a área de selva.. Minttse nos acompanha e com sensibilidade vai nos indicando coisas incríveis pelo caminho. A bela Igreja de San Jerônimo em Asillo é um exemplo. Templo enorme para a pequena população do pueblo, se explica pela antiguidade, século XV. Na época grandes senhores construíam igrejas que ficaram para a posteridade. Agora o templo está sendo restaurado por especialistas de Cusco.
San Anton também tem igreja, mas está na parte abandonada da cidade. Depois que a estrada passou, o povoado abandonou as casas e refez a vila próximo ao local.
Em Macusani ficamos sabendo que uma comunidade próxima nos aguarda para uma cerimônia.

Tramo 4
This is the way we chose to come back to Rondônia. We leave Juliaca in day 27, headed to San Gaban, an area that ucomprehends the high plateau, the cordilheiro and the forest area. Minttse goes along with us and with sensitivity shows incredible things along the way. The beautiful Church of San Jerônimo in Asillo is an example. It is an enormous temple for the pueblo small population , but it is explained by the antiquity, century XV. At the time great gentlemen built churches for posterity. Now the temple is going through restoration by Cusco specialists. San Anton also has a church, but it is located in the abandoned part of the city. After the highway crossed the town, the inhabitants abandoned the houses and rebuilt the village close to it. In Macusani we came to know that a nearby community waits for us for a ceremony.

Interoceânica ou Transoceânica?


Segundo o dono do restaurante a beira do tramo cinco da rodovia, de Arequipa a Juliaca, é Trans. Não sabe da mudança que houve. Mas quando explicamos ele responde: não importa, o sentido é o mesmo. E faz uma festa ao ver o carro que leva os brasileiros que viu na TV.
Põe música, mostra os trajes típicos, nos dá presentes. O filho pequeno também participa e pousa para a foto. Ficam tão contentes que nos contagiamos pela simplicidade e gentileza. Mais personagens que vão deixar saudade...
InterOcean or TRansOcean?
According to the roadside restaurant owner at the tramo five on the highway, from Arequipa the Juliaca, it is Trans. He does not know anything about the change. But when we explain it, he answers: it does not matter, the direction is the same. He parties at the sight of the car he saw on Tv. He plays music, shows the typical outfits, gives us some gifts. The small son also takes part and prepares for the picture. They are so happy that we get involved by simplicity and kindness. More characters which we will miss…

Santa Catalina

Pelas ruas estreitas do Monastério, praticamente uma cidade dentro da cidade, quantas segundas filhas de ricas famílias espanholas lamentaram o costume do isolamento em nome da religião? Foi assim durante alguns séculos. Sinal de prestígio para os pais das religiosas.


Até que o Santa Catalina se abriu e a freiras, agora por vocação, conservam o local. Os turistas se deliciam em tradição e arte. Conferimos cada detalhe desse monumento de Arequipa.

Santa Catalina
Through the narrow Monastery streets, practically a city inside the city, how many second daughters of rich Spanish families had lamented the custom of the isolation on behalf of religion? That is how it was during some centuries. Signal of prestige for the parents of the religious ones. Until the Catalina Saint was opened and the nuns, now for vocation, conserved the place. Tourists enjoy tradition and art. We confer each detail of this Arequipa monument.

De volta a Arequipa


Por causa das adversidades da estrada resolvemos dormir em Mollendo e voltar bem cedo a Arequipa. Tínhamos entrevistas agendadas, e conseguimos chegar a tempo. Para nossa surpresa a imprensa local já sabia da proposta da equipe brasileira, de investigação sobre a rodovia. Numa inversão de papéis passamos de investigadores a entrevistados. O presidente do Governo, o equivalente ao governador da região, nos recebe e comenta que a Interoceanica precisa de mais investimento para adequação no “tramo 5”, de Juliaca aos portos de Matarani e Ilo.
Ouvimos outras fontes importantes na cidade, graças ao apoio do embaixador Manuel Veramendi. Um arequipenho que já correu o mundo e agora volta a terra como representante do escritório regional do Ministério das Relações Exteriores. O diplomata é a síntese da cultura arequipenha.
Back to Arequipa
Because of the road adversities we decided to sleep in Mollendo and come back to Arequipa earlier. We had appointed interviews, and arrived in time. To our surprise local press was aware of the project on investigating highway. In a role inversion we became the interviewed ones. The Government president, the equivalent to the region governor, receives us and comments that Interocean needs more investment to be adequated to “tramo5”, from Juliaca to the ports of Matarani and Ilo. We hear other important city sources, thanks to the support of ambassador Manuel Veramendi. An arequipean who has already ran the world and now comes back to the land as a regional office representative of the stateDepartment. The diplomat is the synthesis of the arequipean culture.

Matarani: chegada ao Pacífico


Pegamos cedo a estrada. São 115 km, deles 40 km só de curvas bem fechadas. De dar tontura, não só no motorista como também nos passageiros. Mas tontos ficamos de emoção ao chegarmos ao Pacífico, objetivo de nossa viagem. O contraste do azul do mar com a paisagem árida de Matarani impressiona a nós, acostumados ao litoral exuberante do Atlântico. Na pequena península registramos a chegada da equipe ao porto e depois fomos à praia de Mollendo. Molhamos os pés nas correntes do oceano. Alguns mergulharam nas ondas, enfrentando o gelo para lavar a alma. Na areia, momentos de desconcentração, afinal depois de percorrer mais de 2.400 km, nada melhor do que curtir o fim de tarde ao estilo bem peruano de freqüentar a praia. O mais curioso são as tendas, parecem tiradas de um antigo filme: “Morte em Veneza”. Ao contrário do título, muita vida em Mollendo, até a despedida do sol.

A charmosa Arequipa


Arequipa foi a primeira capital do Peru. Conserva a arquitetura do período colonial. Bem mais imponente que outras cidades peruanas. As pedras de blocos vulcânicos dão a cidade um aspecto claro. Mas não é por isso que o lugar é chamado de cidade branca. O real motivo é a quantidade de espanhóis na época da colonização. Era a que tinha maior número em relação aos nativos.
Três vulcões se impõem na paisagem de Arequipa: Misti, Chachani e Sabancaya. De qualquer ponto pode se observar, e ás vezes sentir os tremores. Felizmente não experimentamos.
O que mais nos encantou foi o ar cosmopolita da segunda cidade peruana, com quase 800 mil habitantes. Caminhamos pelas ruas, “miramos” as lojas, contemplamos a Plaza de Armas. E também experimentamos a culinária local numa cevicheria. Desta vez, preferimos uma jalea, um prato de frutos do mar. Dormimos cedo para seguir viagem rumo ao pacífico.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Taquile




Depois das Ilhas flutuantes, visitamos Taquile, outra linha firmemente encrustada no lago. Apesar de sua formação rochosa, o local é habitado por agricultores que há milênios cultivam batatas em terraças construídas habilmente para conter a água em arar a terra. Terra aliás que foi trazida para a Ilha, para preencher as terraças.
Os habitantes também criam ovelhas, lhamas e alpacas. As mulheres tecem enquanto caminham pelos degraus, naturalmente, enquanto nós, mal conseguíamos respirar de tanto esforço em subir na ilha montanha. Senhor Miguel, 77, um escrivão aposentado que nos acompanhou, também deu exemplo de resistência.
O almoço foi um restaurante simples, mas muito charmoso. Jardim com muitas rosas e outras espécies de flores, janelas amplas para apreciarmos a visão do Titicaca. Simples e inesquecível.
O povoado de Taquile compõe com prefeita integração a beleza natural do lago. Nas ruínas de uma casa de armas a força da tecnologia Inca. Vários degraus, capitaneados por Jorge, foram um esforço que valeu a pena.

Ilhas flutuantes

Um dia inteiro de passeio pelo Lago Titicaca, o lago sagrado dos Incas. Com direito a guia formado em história americana professor da sourbone. Jorge se aposentou e voltou para a terra natal pelo simples prazer de explicar aos turistas a origem do povo nas Américas.
Os Uros, segundo ele, são dos povos mais antigos. Vivem em Ilhas flutuantes feitas de “totora”, uma planta própria do lago com fibra leve, que serve de sustentação para as ilhas. Visitamos uma delas, uma experiência surpreendente e emocionante. Pisar no chão frio úmido, sentar em bancos de totoras amarradas e escutar a explicação da tecnologia engenhosa dos Uros foi só o começo.
O grupo faz uma encenação para apresentar seus costumes: o modo como cozinhar o peixe entre duas pedras quentes, o artesanato, o sistema de troca entre as comunidades. O mais tocante é quando as mulheres convidam a entoar nas pequenas casas de apenas um cômodo e nos vestem com suas roupas típicas e trancam nossos cabelos para adorná-los com um enfeite e um chapéu.
O gesto carinhoso desencadeou sentimentos estranhos. Uma nostalgia de um passado remoto. As lágrimas inevitáveis turvaram a visão colorida de tão lindos trajes. Por último passeamos de balsa, balsa construída de totora. As mulheres cantaram canções em Quéchua, em espanhol, francês e português. “Isso aqui ôôô, é um pouquinho de Brasil, ia ia, Esse Brasil que canta e é feliz, feliz, feliz.... com sotaque urenho.

Lago Titicaca


É o lago mais alto navegável do mundo. Beleza sem igual. Águas límpidas e frias. Ilhas fantáticas e uma cultura ancestral. Tudo isso fazem do local uma atração turística fantástica e também importante para a região. Fomos conhecer essa beleza e viver um pouco dessa intensa experiência latino americana. Diríamos até um símbolo da tão falada intregração.

Puno


Nossas fontes se organizaram e resolveram nos encontrar em Puno. Antes passamos por Juliaca encontramos Alberto e Virgílio, que nos receberam com carinho, na cidade vizinha. Conhecemos o aeroporto internacional, a estação de trem, com uma Maria Fumaça bem conservada e o centro comercial informal. Aliás Juliaca é uma cidade voltada para o comércio e para a criatividade de copiar produtos para vender mais barato.
Também conhecemos uma fábrica de produtos provenientes da quínua, um alimento muito nutritivo, rico em proteínas, que garante a resistência do povo do altiplano. A fábrica trabalha também com a kiwicha e a cañihua, todos produzidos por pequenos produtores que fornecem à industria a matéria prima para confecção de barra de cereais ou mesmo pacotes do produtos tipo exportação.
Em Puno, conversamos com mais produtores com potencial de exportação, inclusive para o Brasil: truta defumada, derivados da carne da alpaca, e empresários do turismo.
Incrível a organização desse setor na cidade que margeia o Lago Titicaca. O projeto das associações que integram hotéis, guias turísticos, restaurantes, agências de viagem, roteiros é transformar a região num pólo ainda mais forte no turismo histórico, natural, vivencial ou simplesmente cultural. Puno tem todos os requisitos para isso.
Parabéns aos punenhos pela organização e poder de mobilização. Gracias a Alberto, a Virgilio, Maruja, Eduardo, Oscar, Jorge, Miguel, Vick, Giorgio, Minttzi, Felipe, Antônio.
Enfim a todos que que nos receberam tão bem um Puno.
PUNO
Our sources met us in Puno. Before we went through Juliaca we met Alberto and Virgílio, who received us with affection in the neighboring city. We knew the international airport , the train station, with a well kept locomotive and the informal commercial center. By the way, Juliaca is a trade oriented city and the creativity to copy products to be sold by a cheaper price. We also knew a factory which produces quínua derivatives, a nutritional, very rich in protein food, that guarantees the high plateau people resistance. The plant also works with kiwicha and cañihua, all produced by small farmers who supply the industry the substance for cereal bars or exportation products. In Puno, we talked to more producers who bear exportation potential, also for Brazil: cured trout, alpaca meat products, and tourism entrepreneurs. The organization of this sector in the city that borders the Titicaca Lake is incredible. The association project that integrates hotels, tourist guides, restaurants, travel agencies, and tours is to transform the region into an even stronger polar region in historical, natural, existential or simply cultural tourism. Puno has all the requirements for this. Congratulations to the punenhos for the organization and mobilization power. Gracias to Alberto, Virgilio, Maruja, Eduardo, Oscar, Jorge, Miguel, Vick, Giorgio, Minttzi, Philip, Antonio. And to everybody who received us so kindly in Puno.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

De Cusco a Juliaca

Foram mais 389 km percorridos, cerca de 2.200km desde a saída em Porto Velho. Deixamos os 3.300m de altitude de Cusco e subimos mais 500m até Juliaca. Por causa das paradas para registrar a rodovia a viagem ficou mais longa, em torno de sete horas. Demorou, mas não foi cansativa. A cada quilômetro percorrido mais surpresas pelo caminho. Depois de subirmos a serra andina finalmente passamos a percorrer um trecho relativamente plano. Entre vários povoados que encontramos ao longo da Interoceânica, também estao as alpacas na márgem da rodovia. Os animais ficam livres, mas têm donos.
Num dos trechos da rodovia acompanhamos por alguns quilômetros o trem que sai de Cusco com destino a Puno, onde os turistas vão visitar o lago Titicaca, lago Sagrado dos Incas. A viagem parece surpreendente, mas é preciso desembolsar U$ 150,00. O mesmo trecho de ônibus custa em torno de U$ 15,00. Outro ponto da rodovia que não poderíamos deixar de registrar é um dos picos nevados. Se estávamos perto do gelo tivemos que suportar a temperatura que variava entre 5 a 10 graus. A rodovia em boas condições requer um preço. Tivemos que pagar dois pedágios, cerca de R$ 7, cada um. Na chegada em Juliaca fomos recepcionados pelos representantes do Ministério das Relacoes Exteriores e da Câmara de Comércio de Juliaca, que nos apresentaram a cidade de Puno.
From Cusco to Juliaca
It has been more 389 km., resulting in 2,200 km. since we departed from Porto Velho. We have just left the 3,300 m. altitude in Cusco and got even higher, 500 m up more to Juliaca. Because we stopped for registering the road, the trip became longer, about seven hours. It has delayed, but it was not tiring.. Each kilometer brinbgs more surprises on the way. After going up the Andean mountain range finally we started a relatively plain stretch. Among some towns we found throughout the InterOcean , there are alpacas at the edge of the highway. The animals are free, but they have owners.
In one of the highway stretches we follow the train for some kilometers out of Cusco heading to Puno, where the tourists go in order to visit the Titicaca lake, Sacred lake of the Incas. The trip seems surprising, but it is necessary to spend U$ 150,00. The same trip by bus costs around U$ 15,00. Another point of the highway we could not fail to register is one of the snowy peaks. When we were close to the ice we had to stand a temperature which varied from 5 to 10 degrees centigrade below zero. The highway in good conditions costs a price. We had that to pay two tolls, about R$ 7, each one. In the arrival in Juliaca we were hosted by the Department of state and the Juliaca’s Commerce Chamber representatives, who introduced us to the city of Puno.

Agora sim: Cusco

A cidade é um charme. Arquitetura colonial, uma praça central (Plaza de Armas) e prédios cheios de sacadas. A maioria deles tem pátio interior, que geralmente são usados por hotéis e cafés como “comedores”. A palavra em espanhol é essa mesmo. Para os homens da equipe a piada é irresistível.
Museus, catedrais, galerias e centros culturais fazem de Cusco uma fonte de conhecimento. Caminhar pelas ruas pode ser uma aventura histórica. Mas não é só isso. A herança espanhola é apenas um detalhe. A grande riqueza da cidade é o legado da civilização andina. O Vale Sagrado dos Incas inclui ruínas impressionantes pelo engenho e sofisticação. Não poderíamos deixar de visitar algumas delas. Saqsaywaman, Pisaq e, claro, Machu Pichu.
Um dia inteiro lutando pela autorização para filmar o santuário sagrado dos Incas valeu a pena. A gentileza dos diretores do Instituto Nacional de Cultura do Peru nos permitiu o quase impossível. Apressar o trâmite dos documentos para que pudéssemos registrar a cidade perdida, reencontrada em 1911 pelo arqueólogo Hiram Bingham.
Para chegar ao patrimônio cultural da humanidade, pegamos o trem em Ollantaytambo. Descemos em Águas Calientes, ponto final para o trem e partida para o ônibus que nos leva nos tortuosos caminhos até a montanha sagrada. Muitas passadas numa trilha íngreme nos deixa quase sem respirar, mas é a visão das ruínas no topo é que nos tira o fôlego de vez. Quatro horas de puro deleite, chuva, sol, nuvens, história, reflexão sobre o passado e sobre os mistérios de uma civilização.
À tardinha voltamos extasiados num trem mais luxuoso (o mais econômico não tinha vagas, o preço dos tickets é de espantar os turistas brasileiros, o valor é para europeu mesmo). Todos transformados com a experiência. Recomendaçao do grupo: Machu Pichu pelo menos uma vez na vida.
Now Cusco. The city is charming.
Colonial architecture, a central square (Weapon Square) and buildings with varandas. Most of them have an internal patio, generally used by hotels and coffee places as “comedores”. This is the word in Spanish. For our men the joke is irresistible. Cultural museums, cathedrals, galleries and centers make Cusco a wide knowledge source. To walk by the streets can be a historical adventure. But this is not all. The Spanish heritage is only one detail. The great city wealth legacy is the Andean civilization. The Sacred Valley of Incas includes ruins impressive for their skill and sophistication. We could not fail to visit some of them. Saqsaywaman, Pisaq and, of course, Machu Pichu.
We had to spend one entire day fighting for the authorization to film the Inca sacred sanctuary , and it was worth the penalty. The directors of the National Institute of Culture of Peru were very kind in allowing the almost impossible. They made the proceeding of documents quicker so that we could register the lost city, found in 1911 by the archaeologist Hiram Bingham.
To get to the cultural humanity patrimony, we take the train in Ollantaytambo. We go down in Aguas Calientes, end point for the train and departure for the bus that takes us through the crooked ways to the sacred mountain. Many steps on a steep tread almost makes us breathless, but it is the vision of the ruins in the top that really makes us breathless. Four hours of pure delight, rain, sun, clouds, history, reflections on the past and the mysteries of a civilization. At twilight, we come back enraptured in an even more luxurious train (there were no more tickets for the economic one, the ticket prices frighten Brazilian tourists, the price is meant for the European visitor). Everybody is transformed by the experience. Group recommendation: Machu Pichu at least a time in the life.

Machu Pichu

Sabemos que todos estão ansiosos, mas ainda não conseguimos baixar as fotos e as imagens de Machu Pichu. Sim, estivemos lá e foi incrível! À medida que avançamos na Rodovia Interoceänica, ficamos cada vez mais surpresos. Foi assim no caminho até Juliaca e Puno, e hoje no passeio pelo Lago Titicaca. Mas a crônica disso tudo merece mais tempo e vamos tentar fazer isso antes de ir para Arequipa.
Gracias pela paciëncia e desculpe a falta de alguns acentos. O teclado espanhol nos dá um baile. E por falar em baile, dançamos hoje em Puno, depois de um jantar inesquecível.


Machu Pichu
We know everybody is anxious, but we still could not download the pictures and images from Machu Pichu. Yes, we have been there and it was unbelievable! As we went ahead on Interoceanic Road, we got more and more surprised. It was the same on the way to Juliaca e Puno, and today at the Titicaca Lake. The full report needs more time and we will try to do it before we go to Arequipa.
Thanks for your patience . The Spanish keyboard troubles us a lot. We went to a ball today at Puno and danced a lot after an unofrgettable dinner.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

CUSCO PERU

CUSCO - PERU
PLAZA DE ARMAS

domingo, 18 de janeiro de 2009

As peculiaridades da Interoceânica

Já são mais de 1.500 quilömetros percorridos desde a saída em Porto Velho. Em território peruano, parte da rodovia interoceânica é de asfalto, em vários trechos, operários e máquinas dividem espaço com a paisagem peculiar.
Na selva alta, a água que escorre da montanha encanta quem passa por aqui. Os rios acompanham todo o trecho da rodovia até a região andina. A altitude, no ponto mais alto, 4.800m, deixa a viagem mais surpreendente. Abismos e desfiladeiros viram rotina. Difícil é olhar para baixo. Chega a dar vertigem. Em Hualla Hualla , nos deparamos com o pico nevado. Por enquanto é o que encontramos por aqui.
Interoceanica peculiarities
More than 1.500 km have been ridden since the trip started in Porto Velho. In Peruvian territory, part of the interoceanic road is paved, in many stretches, workers and machines share space with the peculiar landscape. In the high forest, water draining from the mountain enchants everyone who travels by. The rivers follow the the highway stretch until the Andean area. Altitude, in the highest point, 4.800m, makes the trip most surprising. Abysses and ravines turn into routine. It is frightful to look down. The look gives you vertigo. In Hualla Hualla, we come across the snowy peak. For the time being it is all we find this way.

Hualla Hualla

As imagens dizem tudo.


sábado, 17 de janeiro de 2009

Observação



Antes de chegar em Limonchayoc encontramos no caminho uma família para lá de aventureira. Brasileiros que cruzaram do Sul ao Norte do Brasil para entrar no Brasil pela Rodovia Interoceânica, inclusive ficamos assustados pela pressa da família. Saíram de porto velho às 4 da manhà e foram dormir em Puerto Maldonado. Vale a pena vir mais devagar, pelas paisagens, pelo povo local, mas se você não tiver expericiência em dirigir em condições adversas não venha, ou venha com amigo. Traga máquinas fotográficas, pilhas a vontade. Você vai se admirar!
Observation
Before arriving in Limonchayoc we met an adventurous family. Brazilians who had crossed Brazil from the South to the North in order to enter in Brazil through the Interoceânica Highway, we were scared by the haste of the family. They had left Porto Velho at 4 in the morning and had been to sleep in Puerto Maldonado. It is worth to more travel slowly, for the landscapes and local people, but if you do not have experience in driving in adverse conditions do not come, or come with friends. Bring photographic machines, and lots of batteries. You will feel amazed!

Seguindo para Limonchayoc

No percurso entre Mazuko e Limonchayoc subimos 500 metros acima do nível do mar. Nesses próximos 50 km a paisagem muda. A cada quilômetro percorrido, muitas surpresas no cenário.
Queríamos registrar toda a beleza do caminho, mas precisávamos ser breves por causa das trancas (interdições na rodovia por causa da obra).
Não nos importamos de parar e esperar. Há tanto para admirar. Ficamos literalmente nas nuvens.


sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Mazuco

Depois de Puerto Maldonado seguimos mais 185 km até Mazuko, um pequeno vilarejo ao longo da rodovia Interoceanica. Dormimos mais uma noite no acampamento da Cornirsa e fomos muito bem recebidos por Yolanda Bardales. Na pequena comunidade de Mazuco tentamos atualizar nosso diário de bordo, mas às 23h a energia de todo o vilarejo é desligada. O jeito foi esperar mais um dia para mostrar o que vamos encontrando pelo caminho. Cedo partimos, e a próxima parada é em Limonchayoc, percorreremos mais 50km.
Na saída nos deparamos com um alerta de que todo cuidado é pouco na estrada. Uma senhora tranquilamente toca o gado no meio da Rodovia do Pacífico, cena muito natural na região

Para os que pediram vamos aos detalles

A estrada é sim transitável para qualquer tipo de veículo pelo menos até Mazuko. Aliás é incrível os tipos de carros peruanos que trafegam na rodovia. Sempre com muita pressa e com pouco respeitar às regras de trânsito. Na maioria é de taxi lotaçãoo que leva as pessoas de um povoado a outro.
Enfim, já estamos fugindo do assunto. Como toda estrada em obra, é preciso parar muitas vezes, reduzir velocidade, enfrentar poeira, barro, pontes nao terminadas, máquinas de todos os tipos, trabalhadores na pista. Nada que não de para enfrentar com bom humor.
Da fronteira até Puerto Maldonado se alternam trechos pavimentados com outros em plena pavimentacão. O interessante é que o asfalto não tem pedra, devido à característica da região. A base é feita de cimento, areia e cal. Depois de uma semana para estabilizar é aplicada a massa asfaltica.
Após Puerto Maldonado as pedras aparecem e até em quantidades impressionantes em alguns trechos. Servem de passe para ponte ou levantamento da pista. É o trecho mais intenso em número e trabalhadores e máquinas, ao mesmo tempo tem boa parte ainda sem pavimentação.
O mais interessante é o contraste da estrada com a vegetação amazônica e os povoados improvisados impulsionados pelos garimpos clandestinos que existem na região.
Ao chegar na Serra de Santa Rosa a paisagem começa a mudar. Apesar das elevações ainda há selva. Um cenário tocante para nós, acostumados à planície. Curvas fechadas e escarpadas e abismos são característicos.
Recomendação a todos que pretendem fazer o trajeto: parar para admirar a vista no rio 2 de Maio.

A cidade....

Na capital da Provincia de Madre de Dios, Puerto Maldonado, enfrentamos um dia quente. A sensaçao era de que a temperatura passava dos 40 graus. Aquí encontramos peruanos acolhedores, principalmente no Hotel Cabaña Quinta, onde ficamos hospedados. Nas ruas da cidade muita simpatia e simplicidade. O trânsito um tanto confuso para os visitantes. Como faltam placas de sinalizaçao, sobram businas. Os motoristas e motociclistas abusam delas. “Celso está pensando em instalar por aquí uma fábrica de businas, no Peru Claxon”.

O transporte urbano é feito por mototaxistas e pequenos motocarros. Há dezenas deles pelas ruas da Puerto Maldonado.

Depois de conhecermos um pouco da cidade experimentamos a culinária. O ceviche é a pedida. Pescado cru preparado no caldo do limão. Delicioso!

Embora adorável, tivemos que deixar Puerto Maldonado para trás e seguir rumo ao Pacífico. Nossa próxima parada é Mazuko, num acampamento da CONIRSA……

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Em Puerto Maldonado

A parada é em Porto Maldonado. Percorremos 230 km depois que passamos pela fronteira, em Iñapari. A chegada na capital do departamento Madre de Dios traz grandes lembraças de Porto Velho, o rio que atravessamos (Madre de Dios) forma mais a frente o nosso Madeira. O Celso já veio pra cá de voadeira nos anos 90. Uma semana de viagem. Nós continuamos de carro...
A travessia é por balsa porque a ponte ainda não ficou pronta. Laelho registra do alto do land. Vamos ver o que encontraremos por aqui....














quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Pista em obras


Mais de 200 km percorridos em território peruano pela Rodovia Interoceânica. Depois do distrito de Ibéria, chegamos ao primeiro alojamento da Odebrecht, em Planchón. Fomos recepcionados pela simpática coordenadora de Relações corporativas do Conirsa, Rosana Lopez. Em Plachón também nos reunimos com os engenheiros responsáveis pela obra que deram detalhes do projeto, previsto para ser concluído em 2010.
No caminho até Puerto Maldonado, conversamos com várias mulheres que trabalham na construção da rodovia, uma boa parte com maquinários pesados. Para algumas, é a grande oportunidade da vida delas. A proxima parada é outro porto, o Maldonado.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Peru afinal


Assis Brasil. Ponte sobre o Rio Acre, símbolo da integração dos dois países. Chegamos ao Peru, afinal. Boa Recepção na Aduana para a equipe de brasileiros que querem chegar ao pacífico. A rodovia pavimentada é realidade nesse trecho. A Amazônia peruana é o cenários nos primeiros duzentos quilômetros.
O que leva e traz essa estrada? Pergunta que fazemos aos moradores de Iñapari e Ibéria. Nesses pequenos povoados a expectativa de desenvolvimento é grande.
O artista autodidata Javier fez a sua leitura. Desenhou nos murais da escola onde trabalha como vigia o contraste da selva e o progresso. No mural o “último carretero”, expressa seu sentimento sobre a chegada da Carretera.
Nós seguimos adiante, investigando e descobrindo os diferentes aspectos da rota que liga a Amazonia aos altiplanos.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Segunda




De seringueiro a guia. Seu Tião Mendes (o nome não é mera coincidência. Ele é primo de Chico) nos leva para as trilhas do Seringal Cachoeira, palco do maior empate na luta pela preservação das reservas extrativistas e da sobrevivência dos seringueiros. Quantas histórias ouvimos desses personagens. Dona Cecília, a tia de Chico, que o diga. "História sofrida meu filho".
Queremos conhecer muitas mais histórias e viver intensamente essa aventura rumo ao pacífico.
Agora de Brasiléia sofremos para postar nosso diário de bordo. Nos perdoe se nos atrasamos, mas temos algumas dificuldades com a rede.
Até a próxima.

Domingo

Seguir, sempre seguir. E deixar pra trás tantas coisas interessantes. Quantas bolsas Avina serão preciso para registrar a dinâmica das mais diversas e atraentes regiões?


Cá estamos nós, numa pousada no meio da floresta. Ouvir o som que na infância embalou a noites de fins de semana e férias. O barulho da mata. Me sinto integrada e ao mesmo tempo estrangeira. Como não se encantar com as histórias do seringueiro primo de Chico Mendes, que hoje vive de se vestir de seringueiro para mostrar aos visitantes sua vida de antigamente? Os causos comovem. E dizem sempre algo diferente para quem já de certa forma entende os movimentos da selva.


E o que dizer da singela Xapuri, tão forte e resistente pela figura de seu mais famoso defensor? Depois de vinte anos conhecer o cenário de um embate, e muitos empates é puxar o fio narrativo da história.

domingo, 11 de janeiro de 2009

Rio Branco


Porto Velho- Rio Branco: trajeto com chuva. Sabíamos que iria enfrentar o inverno amazônico na Interoceânica, mas não imaginávamos logo de cara. Fizemos o percurso à noite para ganhar tempo e compensou, pois o sábado rendeu na capital do Acre.
A cidade bem cuidada serviu de cenário para muitas tomadas. Também ouvimos várias fontes interessantíssimas para a reportagem. São tantos aspectos que podem render subprodutos jornalísticos tão rico quanto a proposta original.
Detalhe: a equipe é bem humorada, fundamental para os vinte e um dias de convivência a bordo do land rover. É um prazer trabalhar assim. Fazer o que gostamos com pessoas afinadas com o que queremos.

sábado, 10 de janeiro de 2009

Rumo ao Pacífico


RUMO AO PACÍFICO

A idéia é antiga. Desde 1995, quando houve a primeira expedição saindo de Porto Velho em direção ao oceano Pacífico, gostaríamos de registrar a aventura de enfrentar regiões geograficamente complicadas, como a cordilheira andina, para investigar a viabilidade econômica de uma rodovia ligando um extremo a outro do continente.

A chance surge por e-mail, 13 anos depois. No conteúdo informações sobre a Bolsa Avina de investigação jornalística para o desenvolvimento sustentável da América Latina. Apresentamos o projeto de uma série de reportagens sobre a Rodovia Intereoceânica, abordando além da viabilidade econômica, os impactos socioambientais e os aspectos turísticos e culturais sobre os dois paises.

Em setembro sai o resultado: estamos entre os cinqüenta projetos aprovados pela Fundação Avina e logo um convite para o encontro dos vencedores das bolsas em Cartagena de las Índias, Colômbia.

“É com imensa alegria que queremos informa-lo (a) que o Júri das Bolsas AVINA de investigação Jornalística selecionou sua proposta, intitulada " Saída para o Pacífico” como ganhadora de uma Bolsa AVINA de Investigação Jornalística para o Desenvolvimento Sustentável”. (Ricardo Corredor)

De novembro para cá quanta correria. A produção por e-mail e telefone nos consumiu tempo e exigiu dedicação. Expectativa para viver uma aventura e ao mesmo tempo ter a responsabilidade de apurar todos os aspectos propostos no projeto.

Enfim estamos saindo, “Rumo ao pacífico”, com curiosidade e “Esperança” na bagagem. E muita vontade de conhecer e entender a dinâmica dessa obra que promete trazer benefícios, mas deve causar impactos sobre as regiões por onde passa.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Becas AVINA de Periodismo\Edición 2008-2009

Ganadores de la II Edición

El pasado miércoles 27 de agosto en la ciudad de San José (Costa Rica), el Jurado de las Becas AVINA de Investigación Periodística para el Desarrollo Sostenible le entregó al presidente de AVINA, Brizio Biondi-Morra, el acta con la selección final de los ganadores de la edición 2008/2009. El jurado conformado por destacados periodistas y expertos de América Latina y Europa, destacó que “la gran cantidad de propuestas recibidas son una muestra del interés de los periodistas por desarrollar una cobertura más profunda de los temas sociales de la región".


Simone Norberto e Emanuela Palma
TV Rondônia - Rede Amazonica de Televisão BRA
Saída para o Pacífico