Diário de Bordo

Diário de bordo da série de reportagens "Saída para o Pacífico", sobre a Rodovia Intereoceânica, projeto ganhador da Bolsa Avina de Investigação Jornalística com o tema "Integração da América Latina".

Nossa proposta conconcorreu com outras 510 de jornalistas da América Latina, Estados Unidos e Europa. Ficamos entre os 50 selecionados. A série de reportagem começou a ser produzida em outubro de 2008, depois que foram divulgados os nomes dos vencedores, entre eles a equipe da TV Rondônia. Abaixo o link com a relação dos selecionados:

http://www.avina.net/web/siteavina.nsf/0/920EB4A511D3562E8225750500617F88?opendocument&idioma=spa

Em janeiro, a equipe viajou pela Rodovia Interoceânica de Porto Velho até o pacífico, no porto de Matarani, no Peru. Foram quase cinco mil quilômetros percorridos em 21 dias. Nossa proposta é mostrar em seis reportagens:

- Estrutura física
- Viabilidade econômica
- Aspectos Turísticos
- Impactos ambientais
- Impactos sociais
- Aspectos Culturais

Durante a produção visitamos as cidades de Puerto Maldonado, Cusco, Juliaca, Puno, Arequipa e o porto de Matarani. Um pouco de toda essa aventura está nesse diário de bordo.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Ilhas flutuantes

Um dia inteiro de passeio pelo Lago Titicaca, o lago sagrado dos Incas. Com direito a guia formado em história americana professor da sourbone. Jorge se aposentou e voltou para a terra natal pelo simples prazer de explicar aos turistas a origem do povo nas Américas.
Os Uros, segundo ele, são dos povos mais antigos. Vivem em Ilhas flutuantes feitas de “totora”, uma planta própria do lago com fibra leve, que serve de sustentação para as ilhas. Visitamos uma delas, uma experiência surpreendente e emocionante. Pisar no chão frio úmido, sentar em bancos de totoras amarradas e escutar a explicação da tecnologia engenhosa dos Uros foi só o começo.
O grupo faz uma encenação para apresentar seus costumes: o modo como cozinhar o peixe entre duas pedras quentes, o artesanato, o sistema de troca entre as comunidades. O mais tocante é quando as mulheres convidam a entoar nas pequenas casas de apenas um cômodo e nos vestem com suas roupas típicas e trancam nossos cabelos para adorná-los com um enfeite e um chapéu.
O gesto carinhoso desencadeou sentimentos estranhos. Uma nostalgia de um passado remoto. As lágrimas inevitáveis turvaram a visão colorida de tão lindos trajes. Por último passeamos de balsa, balsa construída de totora. As mulheres cantaram canções em Quéchua, em espanhol, francês e português. “Isso aqui ôôô, é um pouquinho de Brasil, ia ia, Esse Brasil que canta e é feliz, feliz, feliz.... com sotaque urenho.

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